sábado, 17 de setembro de 2011

SELEÇÃO DE BOVINOS DE CORTE ATRAVÉS DA TÉCNICA DE ULTRASSONOGRAFIA

SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia. PUBVET, Londrina, V.5, n.27, Ed.174, art.1177, 2011.
 
SELEÇÃO DE BOVINOS DE CORTE
ATRAVÉS DA TÉCNICA DE ULTRASSONOGRAFIA
Mérik Rocha Silva1.

1. AUTOR: Zootecnista, caixa postal  181, CEP 78250-000, Pontes e Lacerda-MT; merikrocha@hotmail.com.
RESUMO: Atualmente a pecuária de corte brasileira vive um bom momento comercial, consegue acesso a muitos mercados. Nosso país apresenta crescimento na produção de grãos e melhoria nas estruturas para exportação, ou seja, tudo vai bem. Mas, os pecuaristas devem evitar se acomodarem, e aproveitarem a estabilidade para melhorar seus produtos, incrementando tecnologia e qualidade na carne bovina. Este trabalho apresenta o resumo das informações importantes para a seleção animal a partir dos dados já obtidos através da técnica de ultrassonografia (US). Uma das formas de se realizar o aprimoramento do produto carne é promover melhoramento genético de bovinos de corte, nesse caso através da seleção dos bovinos para formação dos melhores rebanhos em relação as características de carcaça. Abordamos o volume da pecuária brasileira e local e seleção de bovinos: correlações genéticas, herdabilidades e rendimento de carcaça. 
Termos para indexação: ultrassonografia de carcaça, seleção animal, herdabilidades.

sábado, 3 de setembro de 2011

Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia

Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia
Atualmente a pecuária de corte brasileira vive um bom momento comercial,

consegue acesso a muitos mercados. Nosso país apresenta crescimento na

produção de grãos e melhoria nas estruturas para exportação, ou seja, tudo

vai bem. Mas, os pecuaristas devem evitar se acomodarem, e aproveitarem a

estabilidade para melhorar seus produtos, incrementando tecnologia e

qualidade na carne bovina. Este trabalho apresenta o resumo das informações

importantes para a seleção animal a partir dos dados já obtidos através da

técnica de ultrassonografia (US). Uma das formas de se realizar o

aprimoramento do produto carne é promover melhoramento genético de

bovinos de corte, nesse caso através da seleção dos bovinos para formação

dos melhores rebanhos em relação as características de carcaça. Abordamos o

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PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.

volume da pecuária brasileira e local e seleção de bovinos: correlações

genéticas, herdabilidades e rendimento de carcaça.

Termos para indexação
: ultrassonografia de carcaça, seleção animal,

herdabilidades.

Selection of beef cattle through the technique of ultrasonography

Abstract

Currently, the Brazilian beef cattle industry is experiencing a good time

shopping, get access to many markets. Our country has growth in grain

production and improvement in export structures, ie, everything goes well.

However, farmers should avoid to accommodate and take advantage of the

stability to improve their products, improving technology and quality in beef.

This paper presents a summary of important information for selecting animals

from the data already obtained by the technique of ultrasonography (U.S.).

One way to accomplish the improvement of meat product is to promote genetic

improvement of beef cattle in this case through the selection of the best

training for cattle herds over the carcass traits. We approached the volume of

Brazilian livestock and local selection in cattle: genetic correlations,

heritabilities and carcass yield.

Index Terms
: ultrasound carcass, animal selection, heritability.

1 INTRODUÇÃO

A pecuária de corte é uma atividade de fundamental importância para o

Brasil e principalmente para o Estado de Mato Grosso que é eminentemente

agrário. De acordo com Cardoso (2010) o rebanho brasileiro atual é de 197

milhões de cabeças, podendo chegar a 198,9 milhões em dezembro de 2010.

Neste cenário de crescimento contínuo o rebanho mato-grossense é o principal

contribuinte dos números nacionais, o estado terminou o ano de 2009 com o

maior rebanho de bovinos do país, são 27 milhões de cabeças, 5% a mais que

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o rebanho de 2008 (ACRIMAT, 2010; TARDIM, 2010 e TOMAZ, 2010). Segundo

o IBGE (2010) os frigoríficos lotados em Mato Grosso abateram 3.996.941

cabeças de bovinos durante o ano de 2009, totalizando 993 toneladas de

carcaça, superando a produção de toneladas de carcaças de frango e suínos.

Segundo FAMATO (2008) o município de Pontes e Lacerda especificamente,

tinha um rebanho de 620.301 animais no ano 2006.

As projeções revelam crescimentos do número de habitantes no mundo

com aumentos no consumo per capita de alimentos, estima-se que ocorra uma

necessidade de duplicar a produção de alimentos para atender a futura

demanda mundial (PRODUTOR RURAL, 2010). Este futuro aumento na

demanda cria a oportunidade do bovinocultor brasileiro crescer através do

melhoramento genético para aumentar a produção dos animais que

alimentarão o mundo, e trará a lucratividade almejada pelos pecuaristas

(DIBIASI, 2006).

A ultrassonografia (US) pode ser resumida como uma técnica rápida e

eficaz que proporciona alta confiabilidade de seus dados, que garante

economia no processo produtivo na maioria dos casos, podendo ser utilizada

para o melhoramento genético dos animais, proporcionando melhor

produtividade ao pecuarista (SUGUISAWA, 2002). Entre os diferentes sistemas

de produção a US poderia ser utilizada para determinar o ponto ideal de abate

dos animais, evitando a deposição excessiva de gordura subcutânea que

decorre com consumo superior de alimentos, aumentando o custo, sem

melhorar a qualidade.

Objetivou-se com este estudo abordar a técnica de ultrassonografia como

ferramenta para o melhoramento genético das características de carcaça dos

bovinos destinados à produção de carne. Foi pontuado as informações acerca

da deposição de gordura, considerando suas correlações com outras

características, ressaltando a importância do rendimento de carcaça, bem

como, o uso da seleção dos animais a partir dos dados do ultrassom.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O melhoramento genético das características de carcaça de bovinos é

precedido de definição das características desejáveis, a partir desta

parametrização, realiza-se o estudo destas características (VENERONI, 2007).

Para Figueiredo (2001) os métodos convencionais através do teste de progênie

impreterivelmente exigem o abate das crias, demandam tempo e a coleta dos

dados em frigoríficos exige cooperação deste, além de ser susceptível a erros

difíceis de serem detectados.

A partir do propósito de avaliar os animais ainda vivos teríamos apenas

três opções, os escores corporais, que devido ser realizado visualmente

através de técnico treinado, apresenta insuficiente nível de confiabilidade. A

ressonância magnética apresenta exatidão nas mensurações, mas é

extremamente onerosa, e praticamente impossível de ser utilizada a nível de

campo; resultando como opção a técnica da ultrassonografia (US), que

apresenta simplicidade e boa confiabilidade além de uma incrível praticidade

de locomoção (FIGUEIREDO, 2001), aliando rapidez da análise e boa acurácia

(VENERONI, 2007).

2.1 MERCADO DA CARNE BOVINA

O Brasil tem se apresentado como um grande vendedor de carne bovina,

após o aumento de 20% na produção nacional foi constatado a quadruplicação

nas exportações de carne
in natura (LUCHIARI FILHO, 2006). No entanto, o

país não acumula grandes rendimentos com a venda desta
commodity, em

decorrência dos mercados que supre; o fator principal desta desproporção

vendas/receitas é decorrente da baixa qualidade dos produtos brasileiros

(BONIN, 2008 e LUCHIARI FILHO, 2006). As deficiências são principalmente na

padronização em relação a peso, idade e grau de acabamento (LUCHIARI

FILHO, 2006).

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O valor que o pecuarista obterá com a venda dos animais define os

investimentos que o bovinocultor irá empregar na criação, ou seja, o grau de

tecnologia produtiva utilizada depende do possivél retorno financeiro,

vinculando a produção ao valor de venda da carne bovina. Atualmente o

mercado consumidor imprime ao pecuarista as características que o produto

deverá apresentar para suprir seus anseios, esta demanda é formada por

diversos mercados, alguns exigentes em qualidade, outros almejam produtos

com preço inferior (YOKOO, 2009).

Em relação ao percentual de gordura, a carcaça animal ideal tem

características diferentes para cada consumidor, alguns buscam se alimentar

de carne com muita gordura de marmoreio; que apresentem deposição de

gordura intramuscular de 8 e 12%, são respectivamente os consumidores

americanos e japoneses (YOKOO, 2009); do outro lado ha diversos

consumidores que preferem carnes mais saudáveis, visando reduzir a gordura

animal de suas dietas, em geral os consumidores europeus.

2.3 SELEÇÃO DOS ANIMAIS

Segundo Magnabosco
et al. (2006) as características de desenvolvimento

ponderal reproduzem informações insuficientes para desenvolvermos um

programa de melhoramento genético, pois, o peso total não representa a

quantidade exata de parte comestível dos animais. As novas demandas de

mercado são de carcaças uniformes, com boa cobertura de gordura e

marmorização, repercutindo em carnes de melhor qualidade (MAGNABOSCO
et

al.
, 2006 e IMA, 2010).

A bovinocultura de corte brasileira produz muito em volume, mas pouco

em qualidade, devido a deficiente pressão de seleção dos bovinos

genéticamente superiores para características qualitativas de carcaça (BONIN,

2008). No caso de se promover um melhoramento genético de características

de carcaça deve-se seguir critérios específicos na avaliação de cada raça,

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devido haver variação nas características fisiológicas e genéticas entre os

animais (AVAL, 2010) .

Durante a seleção de animais deve se atentar para a correlação que há na

maior frequência de determinada característica poder prejudicar outra

característica do rebanho que esteja em bons níveis, é o caso da seleção para

animais mais eficientes reprodutivamente que ocasionalmente repercute em

decrescimo do mérito genético dos animais para características produtivas

(DIBIASE, 2006). No caso da ultrassonografia (US) Yokoo (2009) conclui que a

deposição de gordura subcutânea (característica produtiva) não é prejudicada

pela seleção para menor idade ao primeiro parto em fêmeas Nelore

(característica reprodutiva).

A idade das matrizes interfere sob a cria em relação ao desenvolvimento

da gordura subcutanea na EG e EGP8. Yokoo
et al. (2005) avaliando as crias

com idade entre 470 e 590 dias, tendo como variação a idade de suas mães,

verificou que as progenitoras mais jovens, com idade de 23 meses,

conceberam animais com EG e EGP8 maiores que crias de bovinos com mais

de 162 meses (13 anos) de idade na ocasião do parto.

Além da idade da reprodutora existe variação entre animais da mesma

raça. Para Magnabosco
et al. (2006) as características de carcaça têm alta

variabilidade na raça Nelore, o que possibilita rápidos e evidentes resultados

sobre seleção de animais superiores para características de carcaça,

favorecendo a seleção desta que é uma das mais difundidas raças de bovinos

de corte do Brasil. A questão é que a carne dos zebuínos mesmo quando

abatidos antecipadamente e com suficiente cobertura de gordura, não

produzem carne com maciez aceitável, sendo citados por diversas literaturas

como animais que apresentam carne dura quando puramente zebuínos, assim

como animais com maior composição de genética zebuína apresentam menor

maciez em relação a animais com maior proporção de genética taurina, mesmo

estando em estágios similares de deposição de gordura subcutânea

(MAGNABOSCO
et al., 2006).

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Sainz (2004) expõe que as calpaínas são responsavéis pela hidrólise do

conteúdo celular após o abate do animal, estas enzimas são naturalmente

dispostas no músculo e outros tecidos do animal vivo, onde, após o abate do

animal estas realizam com auxilio do cálcio a maturação da carne, tornando-a

mais macia. Magnabosco
et al. (2006) expõe que a calpastatina que inibe a

ação da calpaína no processo de proteólise
post-mortem é encontrada em

maiores concentrações em zebuinos em relação aos taurinos.

Esta diferença fisiológica que é de origem genética nos animais
Bos taurus

indicus
repercute em cortes de carne dura em relação aos taurinos. Em

experimento com animais oriundos de cruzamento Nelore x Angus Magnabosco

et al.
(2006) afirma que estes animais apresentaram maior AOL, maior grau de

acabamento e mais gordura subcutânea (EG e EGP8) resultando em carnes

com grau de maciez superior em relação aos animais zebuínos puros.

Para Magnabosco
et al. (2006) historicamente a carne de animais

cruzados Angus X Nelore apresentam carcaças mais pesadas e melhor

terminadas em relação a animais Nelore. Além dos animais zebuínos

apresentarem carne em menor grau de marmoreio e menor maciez em relação

aos taurinos. As características de carcaça AOL, EG e P8, mensuradas por

ultrassom apresentam suficiente variabilidade para justificar a realização de

programas de melhoramento genético.

Magnabosco
et al. (2006) identificou que machos castrados tem em média

duas arrobas a mais no peso da carcaça, refletindo em maior área de olho de

lombo; no entanto, as fêmeas apresentam melhor acabamento da gordura

subcutânea em relação aos machos castrados, tanto na avaliação visual quanto

a EGP8; além das carcaças das novilhas apresentarem melhor pH
pós-mortem.

2.3.2 Correlações Genéticas

A partir dos dados obtidos por Yokoo (2009) destaca-se não haver

correlação genética negativa entre as CCUS (Características de Carcaça

Obtidas por Ultrassom) e as características reprodutivas: perímetro escrotal ao

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sobreano (PE450), peso com doze e dezoito meses e intervalo entre partos

(IPP). Para Lobo
et al. (2010) diversas pesquisas realizadas por melhoristas

demostram que a seleção de animais preconizando os bovinos mais precoces

sexualmente resulta também na seleção de animais com precocidade de

acabamento; ou seja, a seleção de animais a partir de características de

carcaça contribui para seleção de animais mais precoces reprodutivamente.

Lobo
et al. (2010) e IMA (2010) expõem que há uma alta correlação

genética de precocidade sexual e tendência a antecipar a deposição de gordura

sobre a carcaça (EG), em média cada mm de gordura subcutânea favorece em

12% de probabilidade de novilhas apresentarem prenhez. Para Costa Filho

(2009) o aumento da EG eleva a probabilidade de prenhez em novilhas Nelore

criadas no Estado do Mato Grosso do Sul; conforme Figura 1, novilhas com EG

de 6 mm apresentam 60% de chance de emprenhar. A diferença no percentual

de prenhez entre os animais com escore inferior a 6mm é insignificativo.

Figura 1. Probabilidade de prenhez em diferentes classes de espessura de

gordura subcutânea média. Adaptado de Costa Filho, 2009.

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Segundo IMA (2010) durante a seleção de animais o produtor deve estar

atento a correlações entre características, ao selecionar animais superiores

para melhorar seu rebanho em uma característica, este poderá estar

prejudicando ou favorecendo outra característica. Existe uma correlação

genética positiva entre deposição de gordura e precocidade sexual como já

mencionado, no entanto, existe uma correlação negativa com a altura do

animal. Yokoo (2009) identificou correlação genética negativas entre a altura

do posterior e a EG. Ou seja, animais maiores são tardios em relação a

precocidade sexual e deposição de gordura.

2.3.3 Herdabilidades

As características de carcaça são transmitidas de progenitores para

progênies, mas, além das informações genéticas o meio onde a progênie é

criada interfere sobre o desenvolvimento das características de carcaça.

Portanto, além das características genéticas existem variantes como

alimentação e clima que interferem no desenvolvimento do animal, no entanto

nenhuma característica do ambiente pode alterar o genoma da progênie. O

melhoramento genético dos animais é baseado na seleção a partir de suas

características genéticas. Estas características não são avaliáveis senão

através de mensurações ponderáveis ou fenotípicas dos animais, como as AOL,

EG e EGP8 obtidos através da ultrassonografia. No entanto, há variações no

nível de transferência de informação genética que os progenitores transmitem

às suas crias para cada característica, ou seja, as crias possivelmente não são

idênticas aos pais, sendo na realidade transmitido do reprodutor e da matriz as

características em níveis e intensidade diferentes às crias, as variações da

itensidade de transmisão de cada característica para a cria é definido pela

herdabilidade (h
2) da característica. Sendo assim, a herdabilidade varia de

cada característica, no caso da AOL sua herdabilidade pode variar de 0,27 a

0,46 (Tabela 1), dependendo do ambiente e idade dos animais (PEREIRA,

2008).

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Como a h
2 representa a fração das características transmitidas às

progênies, esta acaba representanto a variação das características decorrentes

do genoma animal. Pereira (2008) classifica as h
2 de acordo com sua

intensidade, sendo de 0,0 a 0,01 baixa h
2; de 0,1 a 0,3 herdabilidades médias

e acima de 0,3 h
2 alta.

Tabela 1. Herdabilidades da Área de Olho de Lombo (AOL).

Autor

h
2 encontrada

Barbosa, 2005 0,64

Bonin, 2008 0,27

Magnabosco, 2009 0,41

Yokoo, 2009 0,46
1

Yokoo, 2009 0,33
2

1
progênies com um ano; 2 progênies ao sobreano.

A herdabilidade (h
2) média da medida de EG é de 0,408 (Tabela 2);

potencializando o uso da seleção dos reprodutores e matrizes com adequada

EG, a fim de, possibilitar maior freqüência de crias no rebanho com EG

superior, inserindo esta característica desejável nas futuras progênies através

do efeito aditivo dos genes (PEREIRA, 2008).

As três principais características de carcaça mensuráveis por

ultrassonografia apresentam herdabilidades altas (Tabelas 1, 2 e 3).

Representando que a variação das características de AOL, EG e EGP8 é de

origem genética, justificando o uso da observação destas características para a

seleção de progenitores para formação de rebanhos de animais superiores em

relação as características de carcaça (IMA, 2010 e PEREIRA, 2008)

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, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.

Tabela 2. Herdabilidades (h
2) da espessura da gordura de cobertura (EG).

Autor h
2 encontrada

Barbosa, 2005 0,41

Lobo
et al., 2010 0,35

Magnabosco, 2009 0,41

Pereira, 2008 0,35

Sainz
et al., 2003 0,37

Yokoo, 2009 0,42
1

Yokoo, 2009 0,59
2

1
progênies com um ano; 2 progênies ao sobreano.

Tabela 3. Herdabilidade da espessura da gordura de cobertura na garupa

(EGP8).

Autor h
2 encontrada

Magnabosco, 2009 0,65

Yokoo, 2009 0,60
1

Yokoo, 2009 0,55
2

1
progênies com um ano; 2 progênies ao sobreano.

Geneticamente temos diversos genes que foram identificados como

possíveis responsáveis pela deposição de gordura subcutânea (EG) nos bovinos

destinados a produção de carne, entre eles o
DGAT1, FABP3, GH1, LEP e TG;

no entanto, a exata influência de cada gene sobre esta característica não foi

confirmada (FREITAS
et al., 2009).

2.3.4 Rendimentos de Carcaça

Há dois fatores de avaliação importantes na classificação de carcaças:

musculosidade e deposição de gordura subcutânea. Entre estes fatores há uma

correlação genética que permite-nos selecionar animais com boa gordura de

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cobertura, simultaneamente selecionando animais com maior rendimento de

carcaça (MAGNABOSCO
et al., 2006).

Aproximadamente 54% do peso vivo do animal pesado na propriedade,

comporá o peso da carcaça e vísceras comestíveis. Este percentual de

aproveitamento comercial varia entre animais em decorrência das diferentes

raças, sexo, idade, sistema de matança e de engorda (GOMIDE, RAMOS e

FONTES, 2006). A seleção por progenitores com maiores AOL, resulta na

formação de rebanhos de animais capazes de promover aumento na produção

de carne por animal (IMA, 2010 e MORAIS, 2007). Portanto a medida de AOL

têm relação positiva com o rendimento de carcaça, principalmente nos cortes

nobres (SAINZ, 2009), devido o músculo
Longissimus dorsi apresentar

correlação com rendimento de carcaça e com a porção comestível, podendo

ser utilizado como indicador de musculosidade e acabamento de toda carcaça

(MAGNABOSCO
et al., 2006). Este é o músculo que compõe a AOL, que é

mensurada através da ultrassonografia (SAINZ, 2009).

A empresa Conexão Delta G baseia-se na AOL para selecionar animais

com carcaças maiores e com maior rendimento dos cortes comerciais em

relação ao peso vivo do animal. Os dados de EG identificam ao sobreano os

animais com maior facilidade de terminação (GENESYS, [S.d.]). A Associação

Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) realiza avaliação genética de

bovinos apartir de suas características de carcaça ha sete anos; chegando a

desenvolver uma DEP (Diferença Esperada na Progênie) nomeada DACAB que

é mensurada a partir de dados obtidos através de avaliações de EG, utilizadas

para estimar a precocidade animal em relação a terminação (LOBO
et al.,

2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O pecuarista deve realizar o melhoramento genético do seu rebanho

utilizando a técnica da ultrassonografia para garantir o mais breve possível a

produção regular de animais com boa gordura subcutânea e superior

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rendimento de carcaça, a partir de então o produtor terá o produto requerido

pelas grandes redes frigoríficas, alcançando maior poder de negociação,

vendendo seus animais para o melhor comprador.

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