quarta-feira, 25 de julho de 2012

ROBUSTICIDADE DE BOVINOS LEITEIROS

SELEÇÃO PARA ROBUSTICIDADE
DE BOVINOS LEITEIROS

ARTIGO EXCLUSIVO DO BLOG

O melhoramento genético vai além de selecionar animais para uma característica, envolve técnica especifica do melhorista associada aos conhecimentos do criador e dos demais profissionais envolvidos na cadeia produtiva.
             A rusticidade do animal é fator importantíssimo para o sucesso da atividade. Afinal, animais altamente susceptíveis à carrapatos, inflamações como a mastite e demais problemas sanitários exigem alto empenho de medicamentos alopáticos, que além de onerar o produto, compromete a qualidade do leite para consumo humano.
              Animais doentes são fontes de contaminação para o restante do rebanho. Resíduos de drogas medicamentosas interferem negativamente na saúde de quem consome o leite, prejudicando a comercialização, consequentemente reduzindo o preço pago pelo produto.


              Se fazem necessários informações quanto a características de robustez, qualidade e volume de leite. Buscando identificar os animais mais resistentes, ou robustos. Para a mensuração destas informações ainda estão em desenvolvimento os instrumentos de medição, que serão trabalhados em modelos estatísticos a serem criados.
              Um dos mais importantes índices de consideração para as análises é a contagem de células somáticas – CCS. A partir da observação da CCS podemos aferir a saúde do úbere e da vaca com um todo.
              A seleção deverá contemplar todas as ferramentas confiáveis possíveis; por exemplo, a identificação dos animais portadores dos genes desejáveis para o rebanho mais robusto.
             Mas, provavelmente a tarefa mais árdua seja agrupar as informações dos animais: robustez, qualidade do leite e produtividade e aferir o equilibro adequado.
              O objetivo do presente trabalho é pontuar sobre o tema ROBUSTMILK que é identificado como um meio de proporcionar produtos mais saudáveis sintetizados por animais mais produtivos, aos consumidores que deverão ganhar em qualidade de vida.

REBANHO BOVINO
O rebanho holandês atual é fruto de intensa seleção para leite e proteína. A maioria dos animais leiteiros no mundo são de alta produção; que intensificam todos os processos fisiológicos, utilizando de todas as reservas para síntese de leite.
             Todo este direcionamento do animal para produção, resulta em bovinos menos resistentes à infestações. São animais com defesas menos desenvolvidas, que os tornam menos robustos. Influenciando negativamente até a fertilidade dos animais.
             Existem diversos profissionais atentos quanto a este ponto fraco da cadeia produtiva de leite, inclusive existe um programa chamado “ROBUSTMILK”, que é executado por experientes pesquisadores europeus de cinco nacionalidades distintas, lotados em seis organizações que participam do programa desde 2008.

CARACTERÍSTICA: ROBUSTICIDADE

             É uma característica funcional, que indica os animais com saúde superior e mais férteis (JORJAN, H. et al. [S.d]). Estes animais com “saúde vigorosa” são menos afetados por agentes patológicos.
              O termo robusto pode ser empregado em diversos sentidos, entre eles há os animais robustos, que apresentam maior capacidade de termorregulação ou tolerância ao calor, que na verdade são mais comumente nomeados de rústicos. Até mesmo no sentido de produção que estamos abordando, pode ser a mono característica (robust) ou ser um índice composto, que contempla multi-características para aferir a robusticidade ou robustness.
             O animal robustness apresenta saúde úbere, fertilidade, facilidade de parto e longevidade; sempre somadas a produção. Animal robusto apresenta elevado potencial de produção independente dos estressores ambientais.

SELEÇÃO PARA ROBUSTEZ

O longo período de seleção de bovinos leiteiros para produção, excluiu outras características importantes dos rebanhos. Entre as mais importantes destaca-se a robustez; que é prejudicada pela seleção para produção devido a desfavorável correlação genética entre as estas características. Segundo Jorjan H. (et al., S.d) entre produção e características funcionais (como um todo, ao somente robustez) a correlação genética fica em torno de 0,25 a -0,30; ou seja, pode se apresentar negativa.
               O importante é não voltar a cometer o erro de selecionar para uma única característica, mas passar a utilizar os índices compostos. Existe o índice de Mérito Total – IMT (TMI-Total merit índex) que contemplas diversas características para seleção de animais com características equilibradas e ajustas a fatores econômicos.

PROJETO ROBUSTMILK

 No intuito de desenvolver novas tecnologias acessíveis aos produtores que beneficiem e fortaleza a indústria láctea o RobustMilk têm orientado incluir nas seleções os dados das característica qualitativas, entre elas a robustez que as vacas apresentam e qualidade do produto leite.
               Desde 2008, quando foi criado; o projeto envolve seis organizações experientes na bovinocultura leiteira em países europeus:        Animal Science Group, The Scottish Agricultural College, Teagasc Moorepark, Gembloux Agricultural University, Swedish University of Agricultural Science e Wageningen University;buscando a seleção de animais robustos, que mantém a qualidade do leite, através do desenvolvimento de ferramentas práticas para realizar as mensurações para criar um banco de dados com informações dos animais, auxiliado por ferramentas genômicas (desenvolvimento de marcadores) para produção e disseminação das informações.
             Apesar de buscar atender somente os consumidores europeus, o projeto indiretamente beneficia todos que utilizarem os animais selecionados para formarem seus rebanhos. Podendo ser empregado as ferramentas, metodologias e demais recursos para seleção em outras regiões do globo.
Foram desenvolvidos modelos de avaliação genética para testes de progênie de forma mais célere. Além de inovações no uso de dados de características para redução de CCS, chegando resultados de 9 a 13% melhores.
               Não é avaliado somente a capacidade de não desenvolver problemas sanitários, mas, também de recuperação mais rápida.
              As primeiras análises tem apontado que há cerca de 500 genes causadores da variação na eficiência alimentar. Além de identificar os genes e tornar mais eficiente a seleção para fertilidade.
             Três resultados já podem ser destacados: metodologia desenvolvida com menor investimento de recursos para mensuração de ácidos graxos; elaboração de ferramentas genômicas para seleção de características únicas; e novas formas de mensurar dados para características de robustez e mastite.

GANHOS ESPERADOS

              Além de garantir bons índices produtivos, devemos alcançar melhoras na qualidade do que é produzido, e, a um custo inferior.
              Reduzir o uso de medicamentos favorece o aumento da rentabilidade, além de garantir espaço e provavelmente até melhoria no preço de venda. O produto almejado terá melhor qualidade, o que beneficiará os consumidores. A expectativa de vida, e de vida útil (longevidade) também tende a serem maximizadas; com menor impacto sob o meio ambiente.
              Com apoio das indústrias de processamento do leite, no intuito de criar um banco de dados com informações dos animais

  
REFERÊNCIAS CITADAS


JORJANI, H.; JAKOBSEN, J.H.; FARABOSCO, F.; HJERPE, E. FIKSE, W.F. An International Perspective on Breeding for Robustiness in Dairy Cattle. Dept. of Animal Breeding & Genetics, Swedish University of Agricultural Sciences Box 7023, S-75007 Uppsala, Sweden.


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