Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia
Atualmente a pecuária de corte brasileira vive um bom momento comercial,
consegue acesso a muitos mercados. Nosso país apresenta crescimento na
produção de grãos e melhoria nas estruturas para exportação, ou seja, tudo
vai bem. Mas, os pecuaristas devem evitar se acomodarem, e aproveitarem a
estabilidade para melhorar seus produtos, incrementando tecnologia e
qualidade na carne bovina. Este trabalho apresenta o resumo das informações
importantes para a seleção animal a partir dos dados já obtidos através da
técnica de ultrassonografia (US). Uma das formas de se realizar o
aprimoramento do produto carne é promover melhoramento genético de
bovinos de corte, nesse caso através da seleção dos bovinos para formação
dos melhores rebanhos em relação as características de carcaça. Abordamos o
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
volume da pecuária brasileira e local e seleção de bovinos: correlações
genéticas, herdabilidades e rendimento de carcaça.
Termos para indexação
: ultrassonografia de carcaça, seleção animal,
herdabilidades.
Selection of beef cattle through the technique of ultrasonography
Abstract
Currently, the Brazilian beef cattle industry is experiencing a good time
shopping, get access to many markets. Our country has growth in grain
production and improvement in export structures, ie, everything goes well.
However, farmers should avoid to accommodate and take advantage of the
stability to improve their products, improving technology and quality in beef.
This paper presents a summary of important information for selecting animals
from the data already obtained by the technique of ultrasonography (U.S.).
One way to accomplish the improvement of meat product is to promote genetic
improvement of beef cattle in this case through the selection of the best
training for cattle herds over the carcass traits. We approached the volume of
Brazilian livestock and local selection in cattle: genetic correlations,
heritabilities and carcass yield.
Index Terms
: ultrasound carcass, animal selection, heritability.
1 INTRODUÇÃO
A pecuária de corte é uma atividade de fundamental importância para o
Brasil e principalmente para o Estado de Mato Grosso que é eminentemente
agrário. De acordo com Cardoso (2010) o rebanho brasileiro atual é de 197
milhões de cabeças, podendo chegar a 198,9 milhões em dezembro de 2010.
Neste cenário de crescimento contínuo o rebanho mato-grossense é o principal
contribuinte dos números nacionais, o estado terminou o ano de 2009 com o
maior rebanho de bovinos do país, são 27 milhões de cabeças, 5% a mais que
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
o rebanho de 2008 (ACRIMAT, 2010; TARDIM, 2010 e TOMAZ, 2010). Segundo
o IBGE (2010) os frigoríficos lotados em Mato Grosso abateram 3.996.941
cabeças de bovinos durante o ano de 2009, totalizando 993 toneladas de
carcaça, superando a produção de toneladas de carcaças de frango e suínos.
Segundo FAMATO (2008) o município de Pontes e Lacerda especificamente,
tinha um rebanho de 620.301 animais no ano 2006.
As projeções revelam crescimentos do número de habitantes no mundo
com aumentos no consumo per capita de alimentos, estima-se que ocorra uma
necessidade de duplicar a produção de alimentos para atender a futura
demanda mundial (PRODUTOR RURAL, 2010). Este futuro aumento na
demanda cria a oportunidade do bovinocultor brasileiro crescer através do
melhoramento genético para aumentar a produção dos animais que
alimentarão o mundo, e trará a lucratividade almejada pelos pecuaristas
(DIBIASI, 2006).
A ultrassonografia (US) pode ser resumida como uma técnica rápida e
eficaz que proporciona alta confiabilidade de seus dados, que garante
economia no processo produtivo na maioria dos casos, podendo ser utilizada
para o melhoramento genético dos animais, proporcionando melhor
produtividade ao pecuarista (SUGUISAWA, 2002). Entre os diferentes sistemas
de produção a US poderia ser utilizada para determinar o ponto ideal de abate
dos animais, evitando a deposição excessiva de gordura subcutânea que
decorre com consumo superior de alimentos, aumentando o custo, sem
melhorar a qualidade.
Objetivou-se com este estudo abordar a técnica de ultrassonografia como
ferramenta para o melhoramento genético das características de carcaça dos
bovinos destinados à produção de carne. Foi pontuado as informações acerca
da deposição de gordura, considerando suas correlações com outras
características, ressaltando a importância do rendimento de carcaça, bem
como, o uso da seleção dos animais a partir dos dados do ultrassom.
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O melhoramento genético das características de carcaça de bovinos é
precedido de definição das características desejáveis, a partir desta
parametrização, realiza-se o estudo destas características (VENERONI, 2007).
Para Figueiredo (2001) os métodos convencionais através do teste de progênie
impreterivelmente exigem o abate das crias, demandam tempo e a coleta dos
dados em frigoríficos exige cooperação deste, além de ser susceptível a erros
difíceis de serem detectados.
A partir do propósito de avaliar os animais ainda vivos teríamos apenas
três opções, os escores corporais, que devido ser realizado visualmente
através de técnico treinado, apresenta insuficiente nível de confiabilidade. A
ressonância magnética apresenta exatidão nas mensurações, mas é
extremamente onerosa, e praticamente impossível de ser utilizada a nível de
campo; resultando como opção a técnica da ultrassonografia (US), que
apresenta simplicidade e boa confiabilidade além de uma incrível praticidade
de locomoção (FIGUEIREDO, 2001), aliando rapidez da análise e boa acurácia
(VENERONI, 2007).
2.1 MERCADO DA CARNE BOVINA
O Brasil tem se apresentado como um grande vendedor de carne bovina,
após o aumento de 20% na produção nacional foi constatado a quadruplicação
nas exportações de carne
in natura (LUCHIARI FILHO, 2006). No entanto, o
país não acumula grandes rendimentos com a venda desta
commodity, em
decorrência dos mercados que supre; o fator principal desta desproporção
vendas/receitas é decorrente da baixa qualidade dos produtos brasileiros
(BONIN, 2008 e LUCHIARI FILHO, 2006). As deficiências são principalmente na
padronização em relação a peso, idade e grau de acabamento (LUCHIARI
FILHO, 2006).
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
O valor que o pecuarista obterá com a venda dos animais define os
investimentos que o bovinocultor irá empregar na criação, ou seja, o grau de
tecnologia produtiva utilizada depende do possivél retorno financeiro,
vinculando a produção ao valor de venda da carne bovina. Atualmente o
mercado consumidor imprime ao pecuarista as características que o produto
deverá apresentar para suprir seus anseios, esta demanda é formada por
diversos mercados, alguns exigentes em qualidade, outros almejam produtos
com preço inferior (YOKOO, 2009).
Em relação ao percentual de gordura, a carcaça animal ideal tem
características diferentes para cada consumidor, alguns buscam se alimentar
de carne com muita gordura de marmoreio; que apresentem deposição de
gordura intramuscular de 8 e 12%, são respectivamente os consumidores
americanos e japoneses (YOKOO, 2009); do outro lado ha diversos
consumidores que preferem carnes mais saudáveis, visando reduzir a gordura
animal de suas dietas, em geral os consumidores europeus.
2.3 SELEÇÃO DOS ANIMAIS
Segundo Magnabosco
et al. (2006) as características de desenvolvimento
ponderal reproduzem informações insuficientes para desenvolvermos um
programa de melhoramento genético, pois, o peso total não representa a
quantidade exata de parte comestível dos animais. As novas demandas de
mercado são de carcaças uniformes, com boa cobertura de gordura e
marmorização, repercutindo em carnes de melhor qualidade (MAGNABOSCO
et
al.
, 2006 e IMA, 2010).
A bovinocultura de corte brasileira produz muito em volume, mas pouco
em qualidade, devido a deficiente pressão de seleção dos bovinos
genéticamente superiores para características qualitativas de carcaça (BONIN,
2008). No caso de se promover um melhoramento genético de características
de carcaça deve-se seguir critérios específicos na avaliação de cada raça,
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
devido haver variação nas características fisiológicas e genéticas entre os
animais (AVAL, 2010) .
Durante a seleção de animais deve se atentar para a correlação que há na
maior frequência de determinada característica poder prejudicar outra
característica do rebanho que esteja em bons níveis, é o caso da seleção para
animais mais eficientes reprodutivamente que ocasionalmente repercute em
decrescimo do mérito genético dos animais para características produtivas
(DIBIASE, 2006). No caso da ultrassonografia (US) Yokoo (2009) conclui que a
deposição de gordura subcutânea (característica produtiva) não é prejudicada
pela seleção para menor idade ao primeiro parto em fêmeas Nelore
(característica reprodutiva).
A idade das matrizes interfere sob a cria em relação ao desenvolvimento
da gordura subcutanea na EG e EGP8. Yokoo
et al. (2005) avaliando as crias
com idade entre 470 e 590 dias, tendo como variação a idade de suas mães,
verificou que as progenitoras mais jovens, com idade de 23 meses,
conceberam animais com EG e EGP8 maiores que crias de bovinos com mais
de 162 meses (13 anos) de idade na ocasião do parto.
Além da idade da reprodutora existe variação entre animais da mesma
raça. Para Magnabosco
et al. (2006) as características de carcaça têm alta
variabilidade na raça Nelore, o que possibilita rápidos e evidentes resultados
sobre seleção de animais superiores para características de carcaça,
favorecendo a seleção desta que é uma das mais difundidas raças de bovinos
de corte do Brasil. A questão é que a carne dos zebuínos mesmo quando
abatidos antecipadamente e com suficiente cobertura de gordura, não
produzem carne com maciez aceitável, sendo citados por diversas literaturas
como animais que apresentam carne dura quando puramente zebuínos, assim
como animais com maior composição de genética zebuína apresentam menor
maciez em relação a animais com maior proporção de genética taurina, mesmo
estando em estágios similares de deposição de gordura subcutânea
(MAGNABOSCO
et al., 2006).
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
Sainz (2004) expõe que as calpaínas são responsavéis pela hidrólise do
conteúdo celular após o abate do animal, estas enzimas são naturalmente
dispostas no músculo e outros tecidos do animal vivo, onde, após o abate do
animal estas realizam com auxilio do cálcio a maturação da carne, tornando-a
mais macia. Magnabosco
et al. (2006) expõe que a calpastatina que inibe a
ação da calpaína no processo de proteólise
post-mortem é encontrada em
maiores concentrações em zebuinos em relação aos taurinos.
Esta diferença fisiológica que é de origem genética nos animais
Bos taurus
indicus
repercute em cortes de carne dura em relação aos taurinos. Em
experimento com animais oriundos de cruzamento Nelore x Angus Magnabosco
et al.
(2006) afirma que estes animais apresentaram maior AOL, maior grau de
acabamento e mais gordura subcutânea (EG e EGP8) resultando em carnes
com grau de maciez superior em relação aos animais zebuínos puros.
Para Magnabosco
et al. (2006) historicamente a carne de animais
cruzados Angus X Nelore apresentam carcaças mais pesadas e melhor
terminadas em relação a animais Nelore. Além dos animais zebuínos
apresentarem carne em menor grau de marmoreio e menor maciez em relação
aos taurinos. As características de carcaça AOL, EG e P8, mensuradas por
ultrassom apresentam suficiente variabilidade para justificar a realização de
programas de melhoramento genético.
Magnabosco
et al. (2006) identificou que machos castrados tem em média
duas arrobas a mais no peso da carcaça, refletindo em maior área de olho de
lombo; no entanto, as fêmeas apresentam melhor acabamento da gordura
subcutânea em relação aos machos castrados, tanto na avaliação visual quanto
a EGP8; além das carcaças das novilhas apresentarem melhor pH
pós-mortem.
2.3.2 Correlações Genéticas
A partir dos dados obtidos por Yokoo (2009) destaca-se não haver
correlação genética negativa entre as CCUS (Características de Carcaça
Obtidas por Ultrassom) e as características reprodutivas: perímetro escrotal ao
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
sobreano (PE450), peso com doze e dezoito meses e intervalo entre partos
(IPP). Para Lobo
et al. (2010) diversas pesquisas realizadas por melhoristas
demostram que a seleção de animais preconizando os bovinos mais precoces
sexualmente resulta também na seleção de animais com precocidade de
acabamento; ou seja, a seleção de animais a partir de características de
carcaça contribui para seleção de animais mais precoces reprodutivamente.
Lobo
et al. (2010) e IMA (2010) expõem que há uma alta correlação
genética de precocidade sexual e tendência a antecipar a deposição de gordura
sobre a carcaça (EG), em média cada mm de gordura subcutânea favorece em
12% de probabilidade de novilhas apresentarem prenhez. Para Costa Filho
(2009) o aumento da EG eleva a probabilidade de prenhez em novilhas Nelore
criadas no Estado do Mato Grosso do Sul; conforme Figura 1, novilhas com EG
de 6 mm apresentam 60% de chance de emprenhar. A diferença no percentual
de prenhez entre os animais com escore inferior a 6mm é insignificativo.
Figura 1. Probabilidade de prenhez em diferentes classes de espessura de
gordura subcutânea média. Adaptado de Costa Filho, 2009.
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
Segundo IMA (2010) durante a seleção de animais o produtor deve estar
atento a correlações entre características, ao selecionar animais superiores
para melhorar seu rebanho em uma característica, este poderá estar
prejudicando ou favorecendo outra característica. Existe uma correlação
genética positiva entre deposição de gordura e precocidade sexual como já
mencionado, no entanto, existe uma correlação negativa com a altura do
animal. Yokoo (2009) identificou correlação genética negativas entre a altura
do posterior e a EG. Ou seja, animais maiores são tardios em relação a
precocidade sexual e deposição de gordura.
2.3.3 Herdabilidades
As características de carcaça são transmitidas de progenitores para
progênies, mas, além das informações genéticas o meio onde a progênie é
criada interfere sobre o desenvolvimento das características de carcaça.
Portanto, além das características genéticas existem variantes como
alimentação e clima que interferem no desenvolvimento do animal, no entanto
nenhuma característica do ambiente pode alterar o genoma da progênie. O
melhoramento genético dos animais é baseado na seleção a partir de suas
características genéticas. Estas características não são avaliáveis senão
através de mensurações ponderáveis ou fenotípicas dos animais, como as AOL,
EG e EGP8 obtidos através da ultrassonografia. No entanto, há variações no
nível de transferência de informação genética que os progenitores transmitem
às suas crias para cada característica, ou seja, as crias possivelmente não são
idênticas aos pais, sendo na realidade transmitido do reprodutor e da matriz as
características em níveis e intensidade diferentes às crias, as variações da
itensidade de transmisão de cada característica para a cria é definido pela
herdabilidade (h
2) da característica. Sendo assim, a herdabilidade varia de
cada característica, no caso da AOL sua herdabilidade pode variar de 0,27 a
0,46 (Tabela 1), dependendo do ambiente e idade dos animais (PEREIRA,
2008).
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
Como a h
2 representa a fração das características transmitidas às
progênies, esta acaba representanto a variação das características decorrentes
do genoma animal. Pereira (2008) classifica as h
2 de acordo com sua
intensidade, sendo de 0,0 a 0,01 baixa h
2; de 0,1 a 0,3 herdabilidades médias
e acima de 0,3 h
2 alta.
Tabela 1. Herdabilidades da Área de Olho de Lombo (AOL).
Autor
h
2 encontrada
Barbosa, 2005 0,64
Bonin, 2008 0,27
Magnabosco, 2009 0,41
Yokoo, 2009 0,46
1
Yokoo, 2009 0,33
2
1
progênies com um ano; 2 progênies ao sobreano.
A herdabilidade (h
2) média da medida de EG é de 0,408 (Tabela 2);
potencializando o uso da seleção dos reprodutores e matrizes com adequada
EG, a fim de, possibilitar maior freqüência de crias no rebanho com EG
superior, inserindo esta característica desejável nas futuras progênies através
do efeito aditivo dos genes (PEREIRA, 2008).
As três principais características de carcaça mensuráveis por
ultrassonografia apresentam herdabilidades altas (Tabelas 1, 2 e 3).
Representando que a variação das características de AOL, EG e EGP8 é de
origem genética, justificando o uso da observação destas características para a
seleção de progenitores para formação de rebanhos de animais superiores em
relação as características de carcaça (IMA, 2010 e PEREIRA, 2008)
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
Tabela 2. Herdabilidades (h
2) da espessura da gordura de cobertura (EG).
Autor h
2 encontrada
Barbosa, 2005 0,41
Lobo
et al., 2010 0,35
Magnabosco, 2009 0,41
Pereira, 2008 0,35
Sainz
et al., 2003 0,37
Yokoo, 2009 0,42
1
Yokoo, 2009 0,59
2
1
progênies com um ano; 2 progênies ao sobreano.
Tabela 3. Herdabilidade da espessura da gordura de cobertura na garupa
(EGP8).
Autor h
2 encontrada
Magnabosco, 2009 0,65
Yokoo, 2009 0,60
1
Yokoo, 2009 0,55
2
1
progênies com um ano; 2 progênies ao sobreano.
Geneticamente temos diversos genes que foram identificados como
possíveis responsáveis pela deposição de gordura subcutânea (EG) nos bovinos
destinados a produção de carne, entre eles o
DGAT1, FABP3, GH1, LEP e TG;
no entanto, a exata influência de cada gene sobre esta característica não foi
confirmada (FREITAS
et al., 2009).
2.3.4 Rendimentos de Carcaça
Há dois fatores de avaliação importantes na classificação de carcaças:
musculosidade e deposição de gordura subcutânea. Entre estes fatores há uma
correlação genética que permite-nos selecionar animais com boa gordura de
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
cobertura, simultaneamente selecionando animais com maior rendimento de
carcaça (MAGNABOSCO
et al., 2006).
Aproximadamente 54% do peso vivo do animal pesado na propriedade,
comporá o peso da carcaça e vísceras comestíveis. Este percentual de
aproveitamento comercial varia entre animais em decorrência das diferentes
raças, sexo, idade, sistema de matança e de engorda (GOMIDE, RAMOS e
FONTES, 2006). A seleção por progenitores com maiores AOL, resulta na
formação de rebanhos de animais capazes de promover aumento na produção
de carne por animal (IMA, 2010 e MORAIS, 2007). Portanto a medida de AOL
têm relação positiva com o rendimento de carcaça, principalmente nos cortes
nobres (SAINZ, 2009), devido o músculo
Longissimus dorsi apresentar
correlação com rendimento de carcaça e com a porção comestível, podendo
ser utilizado como indicador de musculosidade e acabamento de toda carcaça
(MAGNABOSCO
et al., 2006). Este é o músculo que compõe a AOL, que é
mensurada através da ultrassonografia (SAINZ, 2009).
A empresa Conexão Delta G baseia-se na AOL para selecionar animais
com carcaças maiores e com maior rendimento dos cortes comerciais em
relação ao peso vivo do animal. Os dados de EG identificam ao sobreano os
animais com maior facilidade de terminação (GENESYS, [S.d.]). A Associação
Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) realiza avaliação genética de
bovinos apartir de suas características de carcaça ha sete anos; chegando a
desenvolver uma DEP (Diferença Esperada na Progênie) nomeada DACAB que
é mensurada a partir de dados obtidos através de avaliações de EG, utilizadas
para estimar a precocidade animal em relação a terminação (LOBO
et al.,
2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O pecuarista deve realizar o melhoramento genético do seu rebanho
utilizando a técnica da ultrassonografia para garantir o mais breve possível a
produção regular de animais com boa gordura subcutânea e superior
SILVA, M.R. et al. Seleção de bovinos de corte através da técnica de ultrassonografia.
PUBVET
, Londrina, V. 5, N. 27, Ed. 174, Art. 1177, 2011.
rendimento de carcaça, a partir de então o produtor terá o produto requerido
pelas grandes redes frigoríficas, alcançando maior poder de negociação,
vendendo seus animais para o melhor comprador.
REFERÊNCIAS CITADAS
ACRIMAT (A) - Associação dos Criadores de Mato Grosso.
Rebanho Bovino em MT tem
alta de 5% em 2009.
Cuiabá, 26 jan 2010. Disponível em: <http://www.acrimat.
org.br/novosite/noticias/1131>. Acesso em: 12 fev 2010.
AVAL Serviços Tecnológicos S/C.
Protocolo para avaliação de carcaça. Uberaba, [S.d.].
Disponível em: <http://www.aval-online.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2010.
BARBOSA, V.
Inferência bayesiana no estudo genético quantitativo de características
de carcaça, utilizando a técnica de ultra-sonografia e suas relações com crescimento,
em novilhos da raça Nelore.
2005. Dissertação (Mestrado em Zootecnia, área de
concentração Produção Animal). Escola de Veterinária, Universidade Federal de Goiás. 2005.
81 p.
BONIN, M.N.
Estudo da influência de touro e de genearca da raça Nelore nos aspectos
quantitativos de carcaça e da carne.
Dissertação (Mestre em Zootecnia). 2008. 157 p.
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo. Pirassunuga.
2008.
CARDOSO, D. Arroba em baixa frusta as expectativas: Analistas prevêem que o preço vai
oscilar abaixo de R$ 90,00 ao longo de todo o ano.
Anuário DBO: Os números da pecuária.
São Paulo. n.351. p.20, janeiro 2010.
COSTA FILHO, L.C.C. Efeito das características de carcaça e peso vivo sobre a taxa de prenhez
de novilhas Nelore precoce no estado do MS. In Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Zootecnia. 46. 2009.
Anais. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2009.
DIBIASI, N.F.
Estudo do crescimento, avaliação visual, medidas por ultrassonografia e
precocidade sexual em touros jovens pertencentes a vinte e uma raças com aptidão
para corte.
Jaboticabal, 2006. UNESP - Universidade Estadual Paulista ``Julio de Mesquita
Filho’’, Faculdade de Ciencias Agrarias e Veterinarias, 2006. p.94
FAMATO - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso.
Diagnóstico da
cadeia produtiva agroindustrial da bovinocultura de corte do Estado de Mato Grosso.
Cuiabá: KCM, 2008. 408 p.
FIGUEIREDO, L.G.G.
Estimativa de parâmetros genéticos de características de carcaça
feitas por ultra-sonografia em bovinos da raça Nelore.
Pirrassunuga, 2001. Dissertação
(Mestrado em Zootecnia). Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de
São Paulo. 2001, 52 p.
FREITAS, C.O.M.
et al. Frequências alélicas e genotípicas do polimorfismo TG/MBOI em
bovinos de diferentes grupos genéticos. Congresso Brasileiro de Genética. 55, 2009.
Anais.
Águas de Lindóia: Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort. p.195.
GENESYS – Consultores Associados S/C Ltda.
Características avaliadas. Porto Alegre, 2010.
Disponível em:<http://www.gensys.com.br/home /win_sumarios.php?id_sumario=
36&id=958&>. Acesso em 11 jun 2010.
GOMIDE, L.A.M., RAMOS, E.M. e FONTES, P.R.
Tecnologia de abate e tipificação de
carcaças.
Viçosa: Editora UFV, 2006. 370 p.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Indicadores IBGE: Estatística da
produção pecuária. [s.l.]:2010. 29p.
IMA – Instituto Mineiro de Agropecuária. Seleção por ultra-sonografia de carcaça melhora
rendimento frigorífico: A baixa remuneração da carne bovina no Brasil ainda é um problema
freqüente.
Clipping eletrônico. Belo Horizonte, 11 abr 2010.
LOBO, R.B.
et al. Medidas por ultrassonografia. In Avaliação genética de touros das raças
Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã:
Sumário 2010, ANCP. Ribeirão Preto: Associação
Nacional dos Criador. e Pesquisadores, 2010. 172 p.
LUCHIARI FILHO, A. Produção de carne bovina no Brasil qualidade, quantidade ou ambas ?
Simpósio sobre desafios e novas tecnologias na bovinocultura de corte (SIMBOI), II,
Anais.
Brasília, 2006. 10 p.
MAGNABOSCO, C.U.
et al. Avaliação genética e critérios de seleção para características
de carcaça em zebuínos: relevância econômica para mercados globalizados.
Disponível
em http://www.aval-online.com.br/
artigostecnicos/artigos/trabalho_SimCorte_2006_16_05_definitivo.pdf>. Acesso em 08 jan
2010. [S.l.], 2006.
MAGNABOSCO, C.U. Tecnologias em melhoramento genético de zebuínos. In Simpósio de
Melhoramento Animal do Vale do Guaporé – MT, I,
Palestra (slides). Pontes e Lacerda, out
2009.
MORAIS, L.
Gordura sob medida: Exame de ultra-som para bovinos ganha adeptos na
pecuária nacional. Revista DinheiroRural de junho/2007. Disponivél
em:<http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/edicoes/32/artigo52649-1.htm> Acessado
em 10 de junho de 2010.
PEREIRA, J.C.C.
Melhoramento genético aplicado à produção animal. 5 ed. Belo
Horizonte: FEPMVZ Editora, 2008. 617 p.
PRODUTOR RURAL, Revista.
Boi ao quadrado. Cuiabá, n.199, ano 17, p. 40. Fevereiro/2010.
SAINZ, R.D. e ARAUJO, F.R.C. Uso de tecnologias de ultra-som no melhoramento do produto
final carne. In Congresso Brasileiro de Raças Zebuínas, 5, 2002, Uberaba.
Anais. Uberaba:
2002.
SAINZ, R.D.
et al. Melhoramento genético da carcaça em gado zebuíno. In Seminário da
Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, 11.
Anais. Ribeirão Preto, 2003. 14 p.
SAINZ, R.D. Utilização do ultrassom no melhoramento de carcaças de bovinos de corte. In
Simpósio de Melhoramento Animal do Vale do Guaporé – MT, I,
Palestra (slides). Pontes e
Lacerda, out 2009.
SUGUISAWA, L.
Ultra-sonografia para predição das características e composição da
carcaça de bovinos.
Piracicaba, 2002. Dissertação. Escola Sup. de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São Paulo. 2002, 70 p.
TARDIM, C. O rebanho aumentou: o aumento deve-se à redução de abate de fêmeas; bezerro
passou a ser bom negócio.
Produtor Rural, Cuiabá, n.199, ano 17, p. 39. Fevereiro/2010.
TOMAZ, W. Encontro discute desafios da produção pecuária.
Caderno Terra & Criação do
Jornal A Gazeta.
Cuiabá, 03 mai 2010, edição n.6731.
VENERONI, G.B.
Associação da região centromérica do cromossomo 14 com espessura
de gordura em bovinos da raça canchim.
2007. Dissertação (Mestrado em Genética e
Evolução). Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos.
2007. 68 p.
YOKOO, M.J.I.
Análise Bayesiana da área de olho do lombo e da espessura de gordura
obtidas por ultrassom e suas associações com outras características de importância
econômica na raça Nelore.
2009. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento Animal)
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista “Julio de
Mesquita Filho”, Jaboticabal, 2009.
YOKOO, M.J.I.
et al. Fatores genéticos e ambientais que afetam as características da
área de olho de lombo e a espessura de gordura medidas por Ultra-sonografia em
bovinos da raça nelore (“Bos Indicus”).
42ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Zootecnia, 25 a 28 de julho de 2005. Goiânia-GO.